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30/10/2020

5 sites e aplicativos confiáveis para ganhar dinheiro respondendo pesquisas

 


Os sites e aplicativos permitem aproveitar o tempo livre e ainda conseguir uma renda extra, a partir de cadastros gratuitos, sem sair de casa para alcançar um objetivo específico. 

No presente artigo você vai conhecer 5 sites e aplicativos para ganhar dinheiro respondendo pesquisas, quais sejam: 


1) PiniOn

2) Toluna

3) Streetbees

4) Google Opinion Rewards

5) Surveytime



A seguir apresentaremos de forma resumida as principais características de cada um. 


1) PiniON

PiniOn





Com o aplicativo PiniOn é possível realizar Pesquisa, respondendo perguntas sobre marcas, produtos e serviços, diretamente pelo seu celular ou computador, onde quer que você esteja.

O PiniOn permite também realizar Monitoramento, identificando produtos em pontos de venda como farmácias e supermercados, compartilhando informações sobre preços, comunicação e concorrência.

O aplicativo ainda possibilita executar tarefa como Cliente Oculto, realizando uma experiência de compra em uma loja ou restaurante, compartilhando sua impressão sobre diversos fatores como atendimento, serviço e ambiente.

É possível sacar seu saldo no PiniOn tanto via transferência bancária (a partir de R$ 30,00), como por transferência Paypal (valor mínimo de R$ 20,00).

O uso contínuo do GPS pode reduzir a duração da bateria.

O PiniOn pode ser baixado no Google Play ou na App Store


2) Toluna

Toluna


A Comunidade Global do Painel Toluna possui mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo. 

Em Toluna Influencers você pode responder pesquisas, participar da comunidade e concorrer às loterias diárias. Ganhe pontos que podem ser trocados por recompensas da sua escolha. Quanto mais você participa, mais você ganha. 

As pesquisas podem ajudar empresas a fornecer e melhorar seus serviços e produtos. Toluna é uma plataforma de pesquisas de mercado e opiniões, além de uma rede social, uma ferramenta de diversão e interação. 

Toluna Influencers permite escolher a forma de receber seus pagamentos, seja em dólar pelo PayPal, em vales-presente, além de contar com prêmios sorteados diariamente. 



3) Streetbees

Streetbees


O Streetbees possibilita que o usuário compartilhe momentos da sua vida cotidiana e receba até R$ 5 para cada vez que você fizer isso. Desde passatempos, lanches, até as tecnologias que usa. 

Como funciona: 

Baixe o app no Google Play, crie uma conta para tornar-se “uma abelha”. 

As pesquisas são chamadas de histórias e para completar uma história leva em torno de 1 a 5 minutos, que envolvem desde enquetes rápidas de opinião a respostas divertidas em fotos e vídeos. 

Dependendo da história, você pode receber até R$ 5 ou participar do sorteio de um prêmio. O pagamento é enviado diretamente à sua conta do Paypal. 

Todas as atividades do usuário no app são privadas e tudo o que ele conta permanece totalmente confidencial. 


4) Google Opinion Rewards

Google Opinion Rewards


Trata-se de um aplicativo de pesquisas rápidas do Google. Instalando o Google Opinion Rewards no seu smartphone, receberá pesquisas e poderá ganhar crédito no Google Play. 

Sempre que tiver uma pesquisa disponível, o aplicativo enviará uma notificação. Participando das pesquisas, você ganha créditos para ser usado no Google Play. 

As pesquisas são enviadas aproximadamente uma vez por semana, embora a frequência possa variar. 


Baixe o app no Play Stores


5) Surveytime


Surveytime


Depois de se cadastrar no Surveytime, responda a algumas perguntas para ajudar a plataforma a criar o seu perfil, e após serão oferecidas pesquisas que correspondam aos seus interesses. Em seguida, você poderá começar a responder e ganhar US $ 1 para cada uma que concluir com sucesso. 

Há diferentes vales-presentes disponíveis para cada país. Por exemplo, nos EUA como opções são Amazon, Paypal, Target e Decathlon. Depois de escolher a sua recompensa, você segue as instruções que a Surveytime lhe enviará um e-mail de confirmação. Essas instruções variam conforme a recompensa escolhida. 

Novas pesquisas são enviadas por mensagem de texto, e-mail e notificações pelo navegador (você pode ativar essas opções enquanto responde às nossas perguntas iniciais), ou você pode conferir o site da Surveytime para ver as novas pesquisas que são oferecidas.


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Mesa digitalizadora One by Wacom para desenho digital, edição de fotos, personalizar os documentos, criar a sua própria arte ou apenas adicionar mais diversão para qualquer coisa que você faz no seu PC ou Mac.



07/10/2020

UFG desenvolve plataforma para correção de redações na rede estadual




Ferramenta tem capacidade de corrigir textos em minutos e auxiliar estudantes na preparação para o Enem


Helenice Ferreira, da Assessoria de Comunicação da Fapeg




Implantado numa parceria do Governo de Goiás com a Universidade Federal de Goiás (UFG), o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia) entrega, até o final deste ano, uma plataforma de correção automática e de ensino de redação desenvolvida a partir da inteligência artificial. A ferramenta vai auxiliar os alunos da rede pública de ensino na preparação para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Ligado à UFG, por meio do Instituto de Informática, o Ceia foi criado em 2019, com apoio do governo estadual, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi). O objetivo é impulsionar descobertas científicas e encontrar soluções tecnológicas para que Goiás acompanhe a transformação que vem ocorrendo no mundo.

O diretor do Ceia e orientador do projeto da plataforma, professor doutor Anderson da Silva Sores, destaca que “a parceria para a concepção do Centro de Excelência em IA foi essencial para viabilizar soluções tecnológicas que auxiliem a resolver problemas comuns aos cidadãos. Foi possível evoluir pesquisas que careciam de apoio e suporte de modo a implantá-las em ambientes que as pessoas possam usufruir. A correção automática de redação é um claro exemplo nesse sentido”.

“É importante ressaltar que a ferramenta de IA para correções de redações não vem para substituir o professor, ela vem para auxiliá-lo e permitir que ele tenha mais tempo para se dedicar aos alunos e nos seus pontos fracos na produção de textos”, comenta o presidente da Fapeg, Robson Vieira.

A plataforma está em fase de testes de aceitação e adequação para os alunos, professores e gestores da rede pública, para que o projeto seja expandido, posteriormente, para toda a rede. “Temos capacidade de corrigir os textos de todos os alunos da rede pública e entregar as correções automatizadas no prazo de minutos”, diz Júlio Sousa, do curso de Sistemas de Informação, da UFG, um dos coordenadores do trabalho. O projeto piloto já está em produção e é capaz de fazer avaliação de textos em escala utilizando o sistema. Inicialmente, contempla duas escolas de Goiânia: o Colégio Estadual Jardim Europa e o Colégio Estadual Murilo Braga.






Treinamento da máquina
Para fazer o treinamento do sistema, Júlio Sousa conta que foi necessário que uma determinada quantidade de redações fossem avaliadas por professores. “Esses dados foram inseridos no sistema e nesse momento foi feito o aprendizado. A partir desse ponto, a solução é capaz de avaliar quantos textos forem necessários de maneira quase instantânea e isso é feito com base nas redações que foram corrigidas inicialmente”, explica.

Diferente de outras disciplinas, redação não possui gabarito. “A ideia de utilizar inteligência artificial é exatamente fazer com que o sistema aprenda, de maneira eficiente e imparcial, com base em redações corrigidas por professores humanos a avaliar textos de forma rápida e em escala e, com isso, entregar o mais próximo de um “gabarito” para as redações”, destaca.

Além de corrigir os textos, a plataforma disponibiliza o ensino da matéria para os alunos que se preparam para o Enem. A plataforma também contribuirá na formação de professores e coordenadores pedagógicos que estarão aptos a receber treinamentos específicos para a correção das redações no modelo Enem.

Como é um sistema adaptativo, sempre precisará ser melhorado e adaptado a novos temas e a novas realidades, “então o processo de desenvolvimento é constante”, explica Júlio Sousa. Em termos de implantação, ele destaca que até o final de 2020 o Ceia terá condições de implementar o sistema em toda a rede pública de Goiás.

A correção das redações pela plataforma analisa critérios como: a compreensão do tema, o domínio da escrita formal, a defesa do ponto de vista, o uso de mecanismos linguísticos para a argumentação da proposta e o respeito aos direitos humanos, de acordo com as competências exigidas pelo Enem. Após o aluno redigir o texto na plataforma, o sistema faz a correção e atribui a nota, automaticamente. Em seguida, o professor analisa a correção junto com o aluno para que ele possa reescrever o texto e encaminhá-lo para uma nova correção.

José Adenaldo Bittencourt, engenheiro de computação e orientado do professor Anderson Soares é o criador da pesquisa de mestrado que deu origem ao projeto. Ele destaca que na redação, diferente de outras disciplinas, o fator subjetivo sempre estará presente. “Prova disso é o processo de correção feito pelo próprio Enem, em que todas as redações são corrigidas por dois professores. Se a diferença na nota final atribuída por eles for maior do que 100 pontos ou se a diferença em qualquer uma das competências for maior do que 80 pontos, a redação é enviada para um terceiro corretor. E se a nota do terceiro corretor ainda for discrepante dos dois primeiros, a redação é enviada para uma banca de três corretores para avaliação”, lembra José Adenaldo.

“A grande vantagem da ferramenta é o suporte pedagógico dá ao professor para identificar quais os pontos fortes e fracos da produção de texto dos alunos para a redação do Enem. Já para os alunos, a grande vantagem é a velocidade com que terão seus textos corrigidos e a possibilidade de corrigir seus pontos mais fracos e fazer o reenvio das redações para correção”, explica José Adenaldo. Segundo ele, o sistema foi desenvolvido inicialmente para fazer avaliação de textos utilizando o modelo de correção do Enem, porém revela que ele pode ser adaptado para outros formatos de avaliação de texto.

A plataforma foi desenvolvida no Ceia/Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás. Inicialmente, José Adenaldo Bittencourt desenvolveu a ferramenta para correção manual de redação e, posteriormente, com pesquisas no campo de inteligência artificial, sob a orientação do professor doutor Anderson Soares. O projeto teve o apoio dos estudantes Denis Masunaga (Sistemas de Informação), Jurandir Silva (Ciência da Computação) e Júlio Sousa (Sistemas de Informação), todos ligados ao Instituto de Informática da UFG.






Ceia e Governo
O secretário de Desenvolvimento e Inovação, Marcio Cesar Pereira, ressalta que a Sedi, por meio da Subsecretaria de Tecnologia da Informação, é responsável pelas inovações tecnológicas no Governo de Goiás e tem trabalhado em vários projetos em parceria com a Fapeg e o Ceia, a fim de viabilizar algumas ferramentas que vão de fato melhorar a vida da população, por meio de avanços nos processos internos da Administração Pública. “É a tecnologia a serviço das pessoas. A Plataforma de Correção Automática de Redação é um destes projetos, no qual temos a Secretaria da Educação como parceira, sendo beneficiada com a aplicação da Inteligência Artificial para auxiliar os alunos da rede pública, na preparação para as provas do Enem, mas que também poderá ser utilizado nas correção das redações de sala de aula convencional, pois seguem os mesmos padrões”, ressalta o secretário.

Com o objetivo de estimular a competitividade e a efetividade organizacional das instituições públicas e empresas privadas, o Ceia está desenvolvendo soluções tecnológicas e inovadoras baseadas em IA sustentado no engajamento empresa/governo/universidade por meio do Laboratório Deep Learning do INF/UFG. Em nível de governo, a atuação do Ceia é direcionada para as áreas estratégicas, especialmente saúde, educação, agricultura, segurança, mobilidade urbana, bem como, atendimento ao cidadão e à sociedade e eficiência administrativa.



Fonte: Secom UFG


Disponível em: https://jornal.ufg.br/n/134375-ufg-desenvolve-plataforma-para-correcao-de-redacoes-na-rede-estadual



05/10/2020

Conselho Federal de Química lança série de animações para explicar atividades profissionais


As animações explicam o que fazem os profissionais da Química em indústrias dos mais variados setores




O Conselho Federal de Química (CFQ) tem produzido conteúdos para apresentar , de forma didática e interessante, o universo da Química para diversos públicos e valorizar cada vez mais os profissionais e a ciência. Com esse objetivo, o CFQ lançou uma série de animações para explicar o que fazem os profissionais da Química em indústrias dos mais variados setores, na pesquisa, na formação de outros profissionais, na fiscalização. 

Divulgados no canal do CFQ no YouTube, os vídeos mostram o que fazem os engenheiros químicos e os técnicos em Química. O objetivo é valorizar os profissionais e despertar o interesse dos jovens estudantes por essas carreiras. 

Como as atividades relacionadas à Química são inúmeras, os papéis a serem desempenhados pelos seus profissionais também são extremamente variados. No Sistema CFQ/CRQs (Conselho Federal e Conselhos Regionais de Química), podem ser registrados profissionais das seguintes áreas: Química Generalista, Química do Meio Ambiente, Química de Alimentos, Bioquímica, Biotecnologia, Bioprocessos, Química Industrial, Química de Petróleo e Biocombustíveis, Química da Segurança do Trabalho, Papel e Celulose, Química Forense, Química Têxtil, e Química dos Materiais. 

Química Indispensável 

A Química é indispensável na vida de todos e os profissionais da área atuam na garantia da qualidade e fiscalização de produtos em prol da segurança da sociedade. A Química é o fundamento da produtividade agrícola e a base material de tudo o que é utilizado no dia a dia das pessoas (produtos de limpeza, roupas, alimentos, entre outros). 

“Por trás de tudo isso, há um profissional da Química responsável por essas atividades, que é fiscalizado pelo Sistema CFQ/CRQs a fim de garantir a qualidade dos produtos e insumos visando, sobretudo, o bem-estar da sociedade”, destaca o presidente do CFQ, José de Ribamar Oliveira Filho. Atualmente, são registrados em todo país 219 mil profissionais e 47 mil empresas. 

Confira as animações:

#QuímicaIndispensável | O que os(as) engenheiros(as) químicos(as) fazem? Quais são suas principais atribuições profissionais?

https://www.youtube.com/watch?v=miYgxZlNe5w&list=PLZEox91Omgx17MaV8y1eLU4XDojF3Qzdz&index=2&t=10s

#QuímicaIndispensável | O que os Técnicos e Técnicas em Química fazem?

https://www.youtube.com/watch?v=ImaS-CMYxxM&list=PLZEox91Omgx17MaV8y1eLU4XDojF3Qzdz&index=4&t=2s

Sobre o CFQ 

O Conselho Federal de Química (CFQ) tem como função principal garantir a oferta à sociedade de produtos e serviços de qualidade e seguros. Ao lado dos 21 Conselhos Regionais de Química, forma o Sistema CFQ/CRQs, responsável por fiscalizar e coibir irregularidades relacionadas ao exercício profissional dos químicos e às empresas que empregam processos químicos em suas atividades. 


Fonte: Assessoria de Comunicação Conselho Federal de Química


Disponível em: https://quimica.ufg.br/n/133916-conselho-federal-de-quimica-lanca-serie-de-animacoes-para-explicar-atividades-profissionais

04/10/2020

Professor por acaso?

 

Por Jean Pierre Chauvin, professor de Cultura e Literatura Brasileira da ECA/USP

Jean Pierre Chauvin
Jean Pierre Chauvin – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
“Um professor não é nem mais nem menos inteligente do que qualquer outro homem; ele geralmente fornece uma grande quantidade de fatos à observação daqueles que procuram” (Jacques Rancière)[1]
E
m entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, aos 24 de setembro de 2020 d.C., o atual ministro da Educação sugeriu que “hoje ser professor” seria “quase uma declaração de que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa”. Felizmente, a afirmação de Milton Ribeiro suscitou numerosos protestos de internautas nas redes sociais, inclusive uma carta aberta do escritor Ignácio de Loyola Brandão, a sugerir que o professor e pastor pedisse desculpas à categoria.

Longe de mim fazer ressalvas ao autor de Não verás país nenhum, distopia publicada há quase 40 anos que retrata uma terra arrasada – esta –, tomada por dogmatismos em nome da democracia; barbaridades em nome da suposta ordem; hipocrisias em nome da moralidade; doutrinação política em nome da liberdade de mercado etc.

Mas, salvo engano, penso que poderíamos sonhar um pouco mais alto e recomendar ao entrevistado que, ao menos por educação, ele se desculpasse com os seus colegas de ofício; com os docentes que julga incapazes, sem conhecer; com os alunos, monitores, estagiários e pesquisadores (inclusive os “sem-bolsa”) país afora; com os pais e mães que atuam em parceria com educadoras e educadores; com os familiares, amigos e conhecidos dos professores.

Por acaso, a maior parte dos cidadãos civis, religiosos, militares e políticos da “Pátria Amada” chegaram aonde supõem estar graças a figuras que, porventura, tenham lhes ensinado algumas coisas, situadas entre os conteúdos formais (ministrados dentro ou fora da sala de aula) e os conselhos de vida, concedidos durante o intervalo de 10 ou 20 minutos entre as aulas. Quem leciona há duas décadas, como eu, certamente terá pilhas de depoimentos sobre as múltiplas tarefas e competências do professor.

Seria o caso de perguntar: Milton Ribeiro teria dito o mesmo em relação a profissionais de outras áreas, como médicos, advogados, engenheiros, policiais, bombeiros, secretários, dentistas, oftalmologistas, almoxarifes, bartenders, enfermeiros, técnicos de radiologia, vendedores e, por que não dizermos, políticos? Suponho que não, pois, como ensinou Roland Barthes, “[…] o poder (a libido dominandi) aí está, emboscado em todo e qualquer discurso, mesmo quando este parte de um lugar fora do poder”[2].

Lição elementar da lógica: o risco da generalização é que, além de (fingir) ignorar as condições precárias de trabalho docente e silenciar perante a falta de investimentos em ensino e pesquisa, o representante máximo da educação contradiz o título do posto a que foi alçado, sucedendo a colegas que declararam guerra à Educação e à Ciência; negaram a história; ridicularizaram docentes e discentes na televisão; inventaram experiências inexistentes no currículo etc. etc. etc. Teriam eles sido ministros por acaso?

O problema é que sou desses que tomaram gosto por analisar e interpretar textos, especialmente quando envolvem circunstâncias nada casuais. Parece-me descabida boa-fé supor espontaneidade em declarações como a de Milton Ribeiro. Afirmações desse quilate, veiculadas em jornais de grande circulação, alcançam milhões de brasileiros.

Palavras feito aquelas, aparentemente soltas, embora proferidas por um professor que ocupa a pasta da Educação, colaboram com que a sociedade veja incompetência profissional onde falta remuneração justa e estrutura adequada nas escolas e universidades; condene “assistencialismo”, em vez de defender o direito de crianças, jovens e adultos ao ensino gratuito, laico e de qualidade; suponha haver profissionais do acaso, onde sobram provas de que os professores constituem uma das classes mais desprestigiadas e precarizadas (no país onde ler, escrever, realizar operações básicas de aritmética e raciocinar continuam sendo pontos mais do que fracos).

Posso afiançar que muito do pouco que sou guarda relação direta com o colégio que frequentei e a universidade em que estudei. Talvez por ser filho e sobrinho de professores; talvez por ter confiado nos bons mestres e mestras que tive; talvez por partilhar do diálogo com sábios colegas de giz, lousa e saliva; talvez por ser curioso; sabe-se lá, eu tenha me tornado professor.

Creio que eu até consiga “fazer outras coisas”, além de pesquisar, preparar e vender aulas. Mas, ainda que tivesse me tornado professor por acaso ou conveniência, suponho que isso não impediria me empenhar em fazer o melhor por mim e pelas(os) estudantes, justamente para que desconfiem daqueles sujeitos que recorrem à hipocrisia, ao negacionismo e ao senso comum como pseudoargumentos.

[1] O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. Trad. Lilian do Valle. Belo Horizonte, Autêntica, 2002, p. 108.

[2] Aula. Trad. Leyla Perrone-Moisés. 14ª ed. São Paulo, Cultrix, 2009, p. 9.


Disponível em: https://jornal.usp.br/artigos/professor-por-acaso/

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